Educação e pobreza
Presidente lança slogan e promete criar escolas e melhorar o ganho dos professores
Vai na direção correta o primeiro pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em rede nacional de rádio e TV. Ela aproveitou o período de retomada do calendário escolar para restabelecer uma relação que parecia esquecida no Brasil: não há ferramenta mais eficaz para o país superar a pobreza e miséria em que ainda vivem milhões pessoas do que a Educação.
Por isso, ao lançar o que chamou de “slogan de largada” do governo, que diz ser rico o país que não tem pobreza, Dilma defendeu o acesso à Educação gratuita, contínua e de qualidade. “Nenhum país poderá se desenvolver sem educar bem o seu jovem e capacitá-lo plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento”, disse a presidente.
Não faltam dados para confirmar essa realidade, nem mesmo nestes tempos de desemprego baixo — o índice ficou em 5,3% no fim de 2010 — e de crescimento acelerado em praticamente todos os setores da economia.
Estudo sobre a evolução do mercado de trabalho nos últimos oito anos, com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, não deixa a menor dúvida de que a empregabilidade varia na razão direta da escolaridade. O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho com 11 anos ou mais de estudo atingiu 13,5 milhões em dezembro, representando aumento de quase 60% sobre 2002.
Enquanto isso, os ocupados sem instrução ou com menos de um ano de estudo não eram mais do que 352 mil no fim de 2010, um decréscimo de 60% em relação a 2002.
Especialistas identificam nessa evolução do perfil da massa trabalhadora a influência da agregação de modernas tecnologias, mais sofisticadas e exigentes quanto ao preparo da mão de obra. Observam que o único segmento com menor qualificação é o da construção civil.
Em todos os demais, a especialização ou, pelo menos, a capacidade de lidar com equipamentos avançados e de compreender manuais de operação são exigências incontornáveis.
Uma face perversa da incapacidade de milhares pessoas de atender a essas imposições pode ser observada em trabalho de técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos mesmo dados do IBGE. É que, apesar de todos os avanços na economia, a dificuldade de acesso ao emprego tem pesado na manutenção e mesmo no aumento da desigualdade entre os trabalhadores, conforme a renda.
Entre 2005 e 2010, enquanto caiu de 2,1% para 0,9% o percentual de desempregados entre os trabalhadores de remuneração mais alta, esse índice entre os mais pobres subiu de 23,1% para 33,3%. Com isso, a participação dos que ganham menos no total de desempregados no país aumentou de 37,4% para 45,2%, no mesmo período.
Em vez de dar ouvidos aos que insistem em soluções caridosas para esse quadro de injustiça social e de comprometimento da competitividade brasileira, a presidente acerta ao escolher o caminho do aumento da oferta de qualificação. Promete curar o Ministério da Educaçãodos defeitos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criar mais escolas técnicas e investir na melhoria da remuneração e da preparação dos professores dos ensinos médio e fundamental. A intenção é ótima. Melhor ainda será torná-la realidade.
Por isso, ao lançar o que chamou de “slogan de largada” do governo, que diz ser rico o país que não tem pobreza, Dilma defendeu o acesso à Educação gratuita, contínua e de qualidade. “Nenhum país poderá se desenvolver sem educar bem o seu jovem e capacitá-lo plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento”, disse a presidente.
Não faltam dados para confirmar essa realidade, nem mesmo nestes tempos de desemprego baixo — o índice ficou em 5,3% no fim de 2010 — e de crescimento acelerado em praticamente todos os setores da economia.
Estudo sobre a evolução do mercado de trabalho nos últimos oito anos, com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, não deixa a menor dúvida de que a empregabilidade varia na razão direta da escolaridade. O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho com 11 anos ou mais de estudo atingiu 13,5 milhões em dezembro, representando aumento de quase 60% sobre 2002.
Enquanto isso, os ocupados sem instrução ou com menos de um ano de estudo não eram mais do que 352 mil no fim de 2010, um decréscimo de 60% em relação a 2002.
Especialistas identificam nessa evolução do perfil da massa trabalhadora a influência da agregação de modernas tecnologias, mais sofisticadas e exigentes quanto ao preparo da mão de obra. Observam que o único segmento com menor qualificação é o da construção civil.
Em todos os demais, a especialização ou, pelo menos, a capacidade de lidar com equipamentos avançados e de compreender manuais de operação são exigências incontornáveis.
Uma face perversa da incapacidade de milhares pessoas de atender a essas imposições pode ser observada em trabalho de técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos mesmo dados do IBGE. É que, apesar de todos os avanços na economia, a dificuldade de acesso ao emprego tem pesado na manutenção e mesmo no aumento da desigualdade entre os trabalhadores, conforme a renda.
Entre 2005 e 2010, enquanto caiu de 2,1% para 0,9% o percentual de desempregados entre os trabalhadores de remuneração mais alta, esse índice entre os mais pobres subiu de 23,1% para 33,3%. Com isso, a participação dos que ganham menos no total de desempregados no país aumentou de 37,4% para 45,2%, no mesmo período.
Em vez de dar ouvidos aos que insistem em soluções caridosas para esse quadro de injustiça social e de comprometimento da competitividade brasileira, a presidente acerta ao escolher o caminho do aumento da oferta de qualificação. Promete curar o Ministério da Educaçãodos defeitos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), criar mais escolas técnicas e investir na melhoria da remuneração e da preparação dos professores dos ensinos médio e fundamental. A intenção é ótima. Melhor ainda será torná-la realidade.
Fonte: Correio Braziliense (DF)
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