Contra a intolerância
A ONU declarou 2011 o “Ano Mundial dos Afrodescendentes” e parece que o tema é realmente atual, ao contrário do que desejam alguns.
Logo após a visita do presidente dos Estados Unidos Barack Obama ao Brasil, aconteceu um encontro entre brasileiros e norte-americana para discutir o Plano de Ação Conjunta Brasil-Estados Unidos para a Promoção da Igualdade Étnica e Racial. Isso aconteceu dia 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
No dia seguinte (22), a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou a proposta que institui a criação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi-RJ). A aprovação transforma em lei a especializada que existe em São Paulo desde 2006 e que havia sido vetada pelo governador Sérgio Cabral.
Finalmente, hoje e amanhã (31), na Universidade de Brasília (UNB) acontece o seminário “Racismo, Igualdade e Políticas Públicas”. O evento tem como objetivo discutir o racismo a partir da perspectiva das políticas públicas para seu enfrentamento.
Estes são apenas alguns eventos relacionados ao debate sobre a questão racial que aconteceram na última semana. Por detrás deles está a realidade de discriminação e desigualdades presentes há alguns séculos na sociedade brasileira. Se, ao contrário dos Estados Unidos, não tivemos nosso apartheid, por outro lado, fomos o último país do mundo a abolir a escravidão, e seguimos mantendo as desigualdades raciais mascaradas no dia a dia.
Ainda que o racismo não seja uma invenção brasileira, está mais do que na hora de encontrarmos nossas soluções para suas conseqüências. Políticas públicas que busquem contrabalançar as diferenças entre brancos e negros e combater a discriminação são tema atual e urgente da agenda nacional. Razão pela qual não podemos deixar de reconhecer a importância de cada iniciativa que surge nesse país, como as destacadas acima.
Fonte: Observatório de Favelas
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