quarta-feira, 27 de abril de 2011

Identidade e articulação‏

É fato conhecido que um grupo de jovens sozinho não é Pastoral da Juventude. “Como não??? A base da PJ são os grupos!!”, pode questionar um leitor. A este leitor eu peço que releia a frase. Um grupo de jovens SOZINHO não é Pastoral da Juventude.
Se ainda assim, meu caro amigo não entender a mensagem, explico de um jeito diferente. Pastoral se dá na articulação, da mesma forma que uma pessoa sozinha não é comunidade e até para rezar do jeito cristão é necessário que existam pelo menos duas pessoas (Mateus 18,20).
Espere aí! Meu grupo está numa região onde não existe mais Pastoral da Juventude. Nós nos identificamos com a proposta. Então não somos PJ?”.
Aí esta a grande questão! Identificar-se com a proposta. Identidade. Conheço tantos companheiros e tantas companheiras ligados e ligadas à PJ que teimam e batem o pé falando que é preciso, necessário e urgente que a Pastoral da Juventude rediscuta a sua própria identidade. Como assim, meus caros? “E, Rogério, o que tem uma coisa (isolamento) a ver com a outra (identidade)? Isso está me parecendo o samba do pejoteiro louco”.
Explico. Olhe para a realidade pejoteira que você vive e aquela que você conhece. Você acha que somos uma pastoral de gabinete, de escritório, de umas poucas cabeças pensantes, de uma elite que pensa para a massa executar? Há gente que pensa que somos assim, mas digo que estão errados. Você pode até achar uma ou outra liderança pejoteira sem a devida formação e com uma prática não condizente com isto, mas eles não são maioria.
Reafirmo que não somos uma pastoral de escritório. E poderia dar uma série de exemplos neste sentido. Mas dou um só para não me alongar. Já ouviram falar de casos de dioceses que tiveram suas coordenações de PJ cassadas? Sim. E, ouviram falar que depois desta degola, outra coordenação tão pejoteira quanto a anterior assumiu a coordenação? Se sim, eu lhe digo que a coordenação anterior fez bem a lição de casa. E respeitou um princípio básico da identidade pejoteira.Que princípio é este? Boas coordenações são aquelas que preparam outros para assumirem seu lugar. Isto eu aprendi no meu primeiro ano de PJ, lá atrás, nos tempos das cavernas (rs).
E uma boa coordenação de PJ articula forças e grupos em rede, de modo que o trabalho não pereça se um ou outro núcleo fracassarem, mas que os outros núcleos próximos os auxiliem a se reerguer.
E quem definiu este princípio de identidade? A Igreja? Um grupo de assessores místicos? Não e não! A prática, meu caro! É assim com a vida humana e é assim com a vida pastoral. A gente aprende quem a gente é e o que a gente quer ser, vivendo e experimentando, ouvindo e experimentando, aprendendo e experimentando. O que eu quero dizer? Que identidade se faz na prática.
Há duas observações aí, portanto: os princípios da PJ, como grupos pequenos, assessoria, tempos de coordenação, revisão de vida, formação integral, por exemplo, não são dogmas inquestionáveis. Pode-se experimentar variações nestes temas. Mas são termos consagrados pelo uso. Se alguém faz diferente e mostra um bom resultado, é o caso de estudar este caso. A identidade se faz na prática. A gente aprendeu a ser PJ contando com a experiência vivida por tantos jovens e assessores antes da gente. Eles nos deram nossa marca, eles nos deram nossa experiência. E a gente vai deixar uma marca e uma experiência também para as gerações futuras continuando a fazer pastoral a partir da realidade que nos cerca.
A segunda observação remete ao início deste texto. O grupo isolado que se identifica com a causa da PJ não fica isolado. Não pode e não consegue estar sozinho sob o risco de se extinguir. Quem já comeu do fruto da árvore pejoteira se sente impelido a levar a proposta adiante. E acaba descobrindo justamente o que eu já disse: a identidade com a PJ vai se firmar na prática, seja ela prática missionária ou prática de articulação. Vai ter dificuldades? Claro! Mas são justamente as vitórias sobre as dificuldades que dão o tempero especial na nossa vida, em todos os sentidos!

A árvore pejoteira‏

 
 
Existem muitos tipos de árvores. Há aquelas que são conhecidas por seus frutos, outras pelas belas flores, algumas pelo seu porte e outras tantas pela sombra gostosa que oferecem em dias de calor.

Não sou especialista em árvores, mas gosto muito delas. Há uma, em particular, que em alguns lugares corre o risco de extinção, mas em outros cantos floresce e frutifica plenamente. Chama-se árvore pejoteira.

Como é que você pode identificar uma delas? Fácil, fácil! Árvores pejoteiras não são solitárias, quando elas brotam, estão sempre em grupo. É possível encontrar dez, doze ou quinze árvores pejoteiras numa região bem próxima.

Há algumas árvores (que não são pejoteiras), que quando crescem num solo muito pobre, tendem a fazer crescer suas raízes mais horizontalmente, para aproveitar dos nutrientes que estão mais na superfície. Este emaranhado de raízes pouco profundas acaba impedindo que outras árvores cresçam ao redor da primeira. Ela se alimenta, mas vive sozinha, isolada.

A árvore pejoteira não tem este “hábito”. Ela tanto pode crescer em terrenos com muitos nutrientes, como em terrenos pobres (embora eu acredite que ela se dá melhor em terrenos pobres mesmo). E você pode me perguntar sobre como ela consegue esta proeza. Sim, a árvore pejoteira é criativa! E muito forte também! Suas raízes vencem os terrenos difíceis e rochas. Ela tem uma raiz pivotante, central e que alcança os nutrientes mais profundos e mais especiais. Ela não fica só na superfície não. Ela vai fundo mesmo.

A árvore pejoteira oferece uma sombra gostosa, revigorante nos dias de calor. Suas flores são vermelhas e brancas. Mas o melhor dela são os frutos. Com uma casca branquinha e uma polpa bem vermelha, é um energético natural. Dizem até que uma delas basta para ter uma semana com pique total. E o melhor, não é calórica!

Alguns amigos meus que estudam este tipo de árvore me disseram que ela dá flores mais bonitas e frutos mais saborosos quando acompanhada de especialistas. Eles mesmos não se chamam “especialistas”, mas cuidadores ou acompanhantes. Acho bonito se chamarem assim. Dizem eles, que vez ou outra é preciso podar a árvore pejoteira.

Podar é um momento difícil para a árvore, mas, diz o cuidador, que a poda estimula o crescimento. Podar um galho fraco no fim do inverno ou começo da primavera irá normalmente causar o novo crescimento que substitui o antigo para crescer mais rápido.

Há quem não goste da árvore pejoteira, por achar que cresce demais ou que seus frutos são muitos energéticos. Pessoalmente não entendo como alguém não possa gostar dela, mas enfim, dizem que gosto não se discute (um amigo diz que gosto pode se lamentar...). Há também quem cometa o despropósito de cortar a árvore pejoteira ou poda-la em demasia para que não frutifique ou não cresça como deve. Tolos... Se tem uma coisa que eu descobri sobre estas árvores é que elas são extremamente adaptáveis à climas ruins e maus cuidadores. Quando se pensa que uma árvore pejoteira se foi, no lugar dela nasceram outras dez ou doze mudinhas... Ah! A natureza é sábia!

Belém - Lugar dos pobres


Olá gente querida!
Quanta alegria na Ressurreição!
A certeza da mulher- Maria de Magdala -  faz-nos vibrar com tão grande alegria: "Eu vi o Senhor"!

A Ressurreição não pode ser entendida sem Jerusalém. Jerusalém não pode ser entendida sem Belém. Belém está vivificando nossa mística no processo de Revitalização da Pastoral Juvenil Latino-Americana nesse ano de 2011.

Segue em anexo o terceiro texto (junto com os dois primeiros...) para ser lido, rezado, silenciado junto aos valores fundamentais que essa mística produz em cada um e cada uma de nós.

Que a certeza de que o túmulo está vazio produza em nós a esperança e a força suficiente de ajudarmos na ressurreição diária de tanta juventude empobrecida!

Abraço grande,

 Luis Duarte e Maicon

Texto Intrigante: O enterro de Wellington‏

“Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó retornarás”.
(De cerimonial fúnebre católico)
 
O corpo do jovem Wellington Menezes de Oliveira, morto aos 24 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, portador de transtornos mentais, vítima de maus tratos e humilhações quando era aluno da escola e autor dos disparos que mataram 12 estudantes da escola e feriram outros 12, alguns gravemente, foi depositado na última sexta-feira da paixão, 23/04, num buraco raso e sem lápide no Cemitério do Caju, na zona portuária da cidade.
 
Nenhuma autoridade de primeiro, segundo ou décimo escalão compareceu. Nenhum ministro religioso – católico, evangélico, islâmico ou umbandista – esteve presente para rezar pelo jovem homicida e suicida e manifestar compaixão por seu trágico destino.
 
Filho de paciente psiquiátrica abandonada nas ruas, segundo informações divulgadas pela mídia, e criado por pais adotivos já falecidos, Wellington tinha cinco irmãos adotivos, além de primos e sobrinhos. Nenhum desses parentes reclamou o corpo, nem compareceu ao sepultamento.
  O enterro de Wellington
Escrito por Duarte Pereira   
Nenhum procurou respeitar o pedido de Wellington de que seu corpo fosse enterrado ao lado de sua mãe adotiva, provavelmente a única pessoa que lhe dedicou atenção e afeto ao longo de sua breve e dilacerada existência.
A conduta de seus irmãos adotivos, mesmo que ditada por medo, confirma o abandono em que Wellington foi relegado numa casa herdada nos últimos meses de vida e o desabafo do jovem, registrado num dos textos encontrados nessa casa, de que ele não tinha uma verdadeira família.
Houve em Realengo duas tragédias superpostas: a das crianças e pré-adolescentes mortos e feridos estupidamente e a do jovem doente e solitário que os alvejou. Essa última tragédia tem sido, porém, negligenciada e Wellington tratado como um “monstro”, como estampou a revista Veja em capa, “monstro” que não mereceu atenção nem tratamento quando era vivo e não tem merecido respeito após sua morte.
Fotos do precário enterramento de Wellington no Cemitério do Caju mostram uma vasta área de terra seca, nua, poeirenta, por onde se espalham 5 mil covas rasas, sem delimitação, nem identificação, nas quais são deixados os corpos de indigentes e desamparados como Wellington . Muitos cães e cadelas de estimação são sepultados com mais regalias. Em nossa sociedade capitalista, os preconceitos ideológicos e as diferenças sociais se estendem até mesmo às condições e ritos de sepultamento.
 
Duarte Pereira é jornalista.

Pastoral da Juventude se faz presente em manifesto contra a violência‏

Pastoral da Juventude se faz presente em manifesto contra a violência

No último dia 19, amigos/as e familiares de jovens vítimas de violência, realizaram um grande manifesto na região central de Campo Grande, paralisando a população cerca de meia hora.

O manifesto foi articulado em memória dos jovens Jefferson Bruno Escobar, Paulo Henrique Rodrigues e Rogério Mendonça. Jefferson foi morto durante uma confusão numa boate no mês de março, Paulinho morreu baleado após um assalto em 17 de fevereiro, e Rogério morreu após ser atingido por um tiro, durante discussão no trânsito, entre seu tio e um jornalista. Recordou-se também o caso da jovem recentemente violentada no Campus da UFMS. Os manifestantes pararam o trânsito local e proclamaram palavras de ordem contra a violência e a impunidade.
Participaram do manifesto acadêmicos da UFMS, estudantes de Psicologia e Direito da UCDB, membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, as torcidas organizadas da Mancha Verde e Falange Vermelha, e também militantes da Pastoral da Juventude.
A Pastoral da Juventude se fez presente por ocasião da Campanha Contra a Violência e Extermínio de Jovens que vem sendo trabalhada desde 2009 em todo o Brasil. A campanha tem por objetivo apresentar a toda sociedade o debate sobre as diversas formas de violência e extermínio de jovens. Nos últimos anos, os índices de mortalidade juvenil está em constate crescimento, e o foco da campanha é sensibilizar a população para desencadear ações que possam mudar essa realidade.

Irmã Raquel Mariano de Souza

Irmã Raquel Mariano de Souza

Quero lhes comunicar como vi Jesus ressuscitar nesta terra de Moçambique ou melhor, nesta comunidade da qual faço parte. Moramos distate da sede paroquial, a comunidade chama-se Santo Agostinho do alto Gingone. Tivemos a graça de neste dias de Triduo Pascal, estivesse conosco Pe. Humberto, italiano mas de coraçao brasileiro. As celebraçoes foram todas embaixo de um pe de manga, pois a capela é pequena, todos os dias a participaçao dos cristaos foi grande. E aqui meus irmaos e irmas, ser cristao é assumir de verdade ser diferente, pois o pais é de maioria mulçumana e estes sao radicais em sua religiao. Aqui nao se tem feriado em dias santos, todos os dias sao iguais... Vi Jesus ressuscitar no comprometimento de muitos jovens que organizaram, rezaram, cantaram e dançaram na grande celebraçao... o povo é senhor do tempo, a celebraçao do domingo iniciou-se as 8 e terminou por volta de 11:15, é festa verdadeira de muita alegria, apesar do sofrimento com a falta de emprego, alimentaçao e educaçao e o que é mais triste a falta de liberdade em alguns sentidos.
Um grande abraço a todos e todas vcs, que o Espirito de Jesus Ressuscitado continue nos iluminando.

Obrigada a todos aqueles que se manifestaram, infelismente nao e possivel responder individualmente.

Seminário - presença Carlos Rodrigues Brandão‏


Seguem mais informações e ficha de inscrição.

Goiânia, 25 de Abril de 2011


                A Casa da Juventude Pe. Burnier - CAJU, Instituto de Assessoria Formação e Pesquisa, que há 26 anos oferece um serviço especializado sobre Juventude, o Instituto Marista de Solidariedade, o Fórum Goiano de Economia Solidária, a Rede de Educação Cidadã e a Cáritas Brasileira provem, neste ano, os Seminários A Sociedade que Queremos!

Os Seminários são destinados a participação de jovens estudantes, pesquisadores, educadores/as, gestores de políticas públicas para juventude, agentes de pastorais e comunitários e lideranças de movimentos sociais.

Temos a alegria de convidá-lo/a para a Conferência de abertura dos seminários no dia 06 de Maio de 2011 na Casa da Juventude Pe. Burnier, localizada na 11ª avenida, nº.953, Setor Universitário, às 19h a tratar do assunto Economia Solidária e Políticas Públicas na Construção de Outro Mundo Possível, com o objetivo de informar e sensibilizar a população brasileira sobre o que é a Economia Solidária, apresentando seus valores e princípios e demonstrando suas potencialidades e desafios na promoção de um novo modelo de desenvolvimento includente, sustentável e solidário”. O conferencista será Carlos Rodrigues Brandão, especialista em educação, mestre em antropologia social e doutor em ciências sociais que atualmente é professor na Universidade Estadual de Campinas -  UNICAMP, Universidade Federal de Goiás e coordenador do Projeto Biodiversidade, Sustentabilidade e Educação Ambiental no Estado de São Paulo – BIOTA

As inscrições devem ser feitas através da ficha que segue anexa ao e-mail e enviada para o endereço eletrônico cidadania@casadajuventude.org.br.

Para outras informações estamos à disposição pelo e-mail: cidadania@casadajuventude.org.br
Telefone: (62) 4009-0339 – Alessandra Miranda

Desejosos de contar com sua presença




Alessandra Miranda de Souza
Núcleo de Formação Assessoria e Pesquisa e projetos sociopolíticos
                                                                      Casa da Juventude Pe. Burnier

--
Alessandra Miranda
Área Sócio Política
Casa da Juventude Pe. Burnier
www.casadajuventude.org.br
cidadania@casadajuventude.org.br
Tel. (62)4009-0339

Setor de Ensino Religioso da CNBB inaugura Biblioteca Virtual‏

 


 

Setor de Ensino Religioso da CNBB inaugura Biblioteca Virtual

Seg, 25 de Abril de 2011 14:41 / Atualizado - Seg, 25 de Abril de 2011 14:44 por: cnbb
E-mailImprimirPDF
biblioteca_erDe 2008 até os dias atuais, o Setor de Ensino Religioso da CNBB tem se preocupado em revisar e recuperar todo o acervo correspondente as ações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por mais de três décadas, sobre o Ensino Religioso no Brasil.
Após esses três anos de pesquisa, encabeçada pela assessora do Setor Ensino Religioso, professora Anísia de Paulo Figueiredo, em conjunto com o bispo referencial do Setor, dom Eurico dos Santos Veloso, arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG), que a CNBB inaugura a Biblioteca Virtual. Nela (Biblioteca Virtual) está todo o itinerário percorrido durante 30 anos do Ensino Religioso no Brasil, com foco na recuperação, revisão, elaboração e divulgação de documentos inéditos. Outros destaques da Biblioteca ficam por conta dos oito projetos e respectivos programas do Setor, contidos em dois Planos de Pastoral do Secretariado Geral: o 19º - 2008; o 20º, em 2009 – 2011.
Além da assessora do Setor e do bispo referencial, outras pessoas trabalharam na construção do acervo: o arcebispo do Rio de Janeiro e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura, Educação e Comunicação Social da CNBB, dom Orani João Tempesta; a Comissão de Trabalho de Bispos sobre o Ensino Religioso da CNBB; o Grupo de Assessoria e Pesquisa sobre o Ensino Religioso; Consultores “AD DOC” para assuntos específicos do momento e o Grupos de Apoio Técnico.
Fonte: CNBB

O Rei em uma cruz‏

Um madeiro como herança
Sua nobreza foi consagrada,
Deram-lhe uma coroa de espinhos

Proclamaram rei dos judeus...
E Ele o era.
Morte ao rei.

Sabia que devia morrer
Pois sua nobreza era dessemelhante,
Dos poderes terrenos

O Rei que nasce em uma estrebaria
Vive sem posses, não tem onde dormir,
E morre como morrem os mais indignos

Antes de morrer sofreu as humilhações
Flagelado, desfigurado, crucificado
Morreu em uma cruz sem os seus.

Mas mostrou a todos que o seguem
Que seu projeto não é de nobreza,
Muito menos de riquezas e glamour

Foi fiel aos seus ensinamentos
Viver como os pobres, pois deles é o Reino...
Assim foi pobre entre os pobres.
Por que ainda tanta riqueza?
Somos seguidores do rei crucificado
Que negou o mundo.

Neguemos também nos
Este sistema de injustiça e busquemos
A justiça que o crucificado/ressuscitado nos ofereceu...

Rodrigo Szymanski
22/04/11

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Reflexão sobre o Sábado da Vigília Pascal. "Ele ressuscitou e vai à vossa frente para a Galiléia"

Ele ressuscitou e vai à vossa frente para a Galiléia.

 

Reflexão sobre o Sábado da Vigília Pascal


Cristo ressuscitado1O mistério pascal é o centro de nossa fé cristã. É o ápice do Tríduo Pascal e de toda a Semana Santa. Preparamo-nos durante toda a quaresma e os Dias Santos para esse momento culminante: a Páscoa. Páscoa quer dizer “passagem”. Deus se faz humano e passa entre a humanidade. A humanidade,  antes escravizada, é liberta passando o Mar Vermelho e proclamando a independência do Povo de Deus. Assim Cristo continua a tradição profética passando da morte à Vida.
Na vigília pascal fazemos memória da salvação, desde a criação, passando pelo ato de libertação no Mar Vermelho, até o anúncio da ressurreição de Cristo. Jesus foi morto por um sistema político injusto e opressor. Mas Deus o ressuscitou. É o momento da passagem da tristeza para a alegria, da maldade para a graça, da escravidão à liberdade, do ódio ao amor, do temor à segurança, das trevas à luz, da morte para a vida.
Segundo o evangelista Mateus, depois da crucificação, quando Maria e Maria Madalena foram ver o corpo de Jesus, um anjo apareceu pedindo que não tenham medo, pois Cristo estava vivo. Havia ressuscitado dos mortos e estava indo a frente para Galiléia. Sendo assim elas deixaram o sepulcro, mas logo encontraram Jesus que disse: “Alegrai-vos! Não tenhais medo. Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.” E assim elas fizeram.
Vencendo a morte, Cristo se fez presente naquele momento, e se faz presente até hoje na comunidade através do mistério da comunhão. Pela fé e pelo batismo, o cristão deve participar dessa mística, dessa morte e ressurreição. É preciso morrer para participar da Vida. Ou melhor, é preciso passar por uma transformação radical, rompendo com tudo o que gera injustiça e morte, assim ressuscitando para uma vida nova, onde seremos homens e mulheres novos/as, a fim de construir uma sociedade justa e fraterna que promova a vida, que na PJ chamamos carinhosamente de Civilização do Amor.
Esta é a verdade central de nossa fé. E devemos ser propagadores do anúncio da ressurreição. Devemos continuar a expressar esta verdade, transformando o medo da morte na alegria da vida. Transformando o mundo em que vivemos em um lugar melhor. Combatendo toda forma de injustiça e opressão. Lutando contra a violência e o extermínio de jovens. Assim como Jesus, devemos também fazer esta passagem, esta Páscoa.

Cantem céus e terra, céus e terra cantem: Cristo, Jesus, O Ressuscitado!



VIA-SACRA JOVEM: Campanha contra a violência e extermínio de jovens.‏

VIA-SACRA JOVEM: Campanha contra a violência e extermínio de jovens.

Autoria:
Mari Malheiros;Diocese de Guarapuava Paraná  nanamalheiros@hotmail.com
Rodrigo Szymanski; Londrina (Postulante Josefino de Murialdo) rodrigoszy@hotmail.commaterial para reflexa

1 ESTAÇÃO – JESUS É CONDENADO A MORTE:
Diante do Conselho e de Pilatos, Jesus é interrogado. Falsos testemunhos são apresentados contra ele. Antes mesmo de ser julgado, ele está condenado. Finalmente, a sentença: Jesus deve morrer na cruz, como morrem tantos outros criminosos. Sua culpa: apresentar-se como filho de Deus.
            Nesta estação meditamos todos os jovens que são condenados à morte em nome do tráfico, que tira o direito da juventude de sonhar e viver uma vida digna e de esperança.
            Quantos de nossos jovens são condenados por não terem seus direitos garantidos! É só observar a violência moral e simbólica que nos foi imposta pelo neo-liberalismo, um sistema que oprime e tira a dignidade da juventude, que condena jovens inocentes, como Jesus, a carregar a cruz que mantém o privilégio dos poderosos e não permite enxergar um novo horizonte, uma nova luz. Um sistema que transforma suas vítimas em culpados e combate o tráfico com repressão e não prevenção.
            Assim, rezemos por todos os jovens que são vítimas do tráfico de drogas, de armas e de seres humanos...
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
2 ESTAÇÃO – JESUS CARREGA A CRUZ
Conforme o costume, Jesus é obrigado a carregar a cruz na qual será crucificado. Ela é colocada em seus ombros machucados. Ao peso da cruz, soma-se a dor provocada pela flagelação. Jesus tem o corpo marcado pelos ultrajes, e a alma entristecida pela aflição.
            Lembremos de todos os jovens que buscam seus direitos e são negligenciados pelos governantes que negam os direitos sociais básicos como saúde, esporte, lazer, cultura, trabalho, educação, entregando assim a cruz da falta de oportunidade para que os jovens peregrinem na busca de seus sonhos.
            É a oportunidade o fator decisivo na vida de um jovem, ela que irá determinar o adulto que ele será no dia de amanhã. O que esperar de um jovem que não é atendido nos hospitais, que não trabalha, que não tem como ter lazer, que não recebeu formação cultural e educação? Como dizia D. Hélder Câmara “democracia é dar a todos o mesmo ponto de partida e deixar que cada um faça o seu ponto de chegada.”
            Então, rezemos por todos os jovens que não tem a oportunidade de sonhar e realizar uma vida mais digna e feliz...
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
3 Estação – JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ
Machucado e sangrando, Jesus dá os primeiros passos rumo ao calvário. À dor física soma-se a dor pela rejeição de sua pessoa e mensagem. A primeira queda é consequência da fraqueza provocada pela flagelação.
            Nesta estação, lembremos todos os meninos e meninas que caem no vícios das drogas e são vitimas dos esquemas que geram fortunas a custa da queda de milhares de jovens que se consomem nos vícios de drogas.

            Uma sociedade que criminaliza o uso de drogas e não oferece tratamento e cuidado aos jovens vítimas dessa epidemia social está fadada a morte. O usuário de drogas não tem controle sobre seus atos, age por dependência de entorpecentes causadores de morte e é nosso dever enquanto Estado e Sociedade cuidar de todos os dependentes químicos.

            Rezemos por todos os jovens usuários dependentes de drogas.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
4 Estação – JESUS ENCONTRA SUA MÃE

O coração da mãe sofre tanto quanto o coração do Filho. Maria conhece a inocência de Jesus, está consciente da injustiça que cometem contra Ele. Eles se encontram no olhar pleno de dor e amor. Ela chora pelo filho; o filho sente a angústia da mãe, e sofre com ela.
            Em nossa sociedade quantos jovens vivem sem ao menos conhecer sua mãe? Sofrem todos os dramas da vida, sem uma família a quem chorar, vivem sem conhecer a ternura e o amor familiar. Quantos de nossos jovens são abandonados pelas ruas, vivem em abrigos, sofrem violências domésticas e negligência familiar.

            É possível que um dia todos esses jovens revertam essa violência sofrida no âmbito familiar na sociedade. Aí está a causa primordial da insegurança pública que hoje sofremos. Crianças, adolescentes e jovens precisam ser tratados com carinho e respeito, promovendo sua dignidade de pessoa humana.

            Rezemos por todos os jovens que não receberam o amor maternal/paternal, e peçamos que, como Nossa Senhora, que encontrou seu filho no caminho da cruz, nós possamos ser família daqueles carregam a injusta cruz de não possuir família.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
5 Estação – CIRINEU CARREGA A CRUZ DE JESUS
Simão Cirineu, um trabalhador do campo, é chamado pelos soldados para carregar a cruz de Jesus. Foi por pouco tempo; a cruz retirada de Cirineu, voltou aos ombros machucados de Jesus.
            Vivemos em uma sociedade individualista, onde o que o “outro” sofre não nos preocupa. Porém, há um despertar de consciência através de grupos corajosos, como os movimentos sociais, que tem feito a luz da fraternidade brilhar em todos os cantos do mundo.
            Para ser irmão, é preciso comprometer-se com o irmão. Nossa fraternidade tem que incluir tudo que atinge a família humana, inclusive a eliminação da violência simbólica, gerada pela discriminação e o preconceito. Nada de piadinhas racistas, homofóbicas, sexistas, religiosas e decorrentes de condição econômica e social. O verdadeiro cristão respeita o outro e assume sua cruz, suportando com ele as discriminações e preconceito impostos por essa sociedade voltada unicamente ao capital.
            Rezemos para que possamos ser como o Cirineu que ajudou a Cristo a carregar a cruz, e que as cruzes da violência simbólica impostas a juventude sejam eliminadas da sociedade com a nossa ajuda.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
6 ESTAÇÃO – VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS
Mãos amigas vão ao encontro do rosto de Jesus. É Verônica que, compadecida, enxuga o suor e o sangue que se misturam em sua feição. O carinho de Verônica encoraja Jesus e ele segue no cumprimento da sentença a que foi condenado.
            Em nossa sociedade encontramos muitas mulheres corajosas como Verônica, que enfrentam os soldados romanos, mesmo sabendo que serão machucadas. São as mulheres que sofrem a discriminação por assumirem a condição de chefes de família, ou são as jovens que dizem SIM à vida e levam adiante uma gravidez inesperada, mesmo sem o apoio de seus companheiros.
             Não é fácil manter a dignidade de mulher numa sociedade em que o machismo impera. É necessária muita coragem e certeza de protagonismo feminino, principalmente para as jovens mulheres que se tornam mães sem o apoio da família, dos amigos e do companheiro. Invés de “atirarmos pedras” deveríamos ir ao encontro dessas mulheres e enxugar-lhes o rosto que transborda cansaço da luta diária pelas condições injustas que  nós as submetemos.
            Rezemos por todas as mulheres vítima da nossa violência moral, as mães de família, mães jovens solteiras, jovens abandonadas grávidas que enfrentam o machismo de nossa sociedade e buscam condições de criarem seus filhos, mas nunca perdem a amabilidade de sonhar.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens.”
7 ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ
As dificuldades aumentam à medida em que a cruz pesa e o corpo de Jesus sente o cansaço da caminhada. As forças diminuem; a debilidade aumenta.A segunda queda dilacera ainda mais o corpo machucado de Jesus.
            No Brasil, a exploração do trabalho infantil e do trabalho escravo são ainda chagas vergonhosas. A organização do trabalho permanece precária. É grande o trabalho informal, inseguro, instável e não protegido por lei, e as principais vítimas são os jovens. As lutas dos trabalhadores e os esforços dos sindicatos têm levado ao reconhecimento de direitos que muitas vezes, porém, acabam por ser ignorados. A eliminação permanente de postos de trabalho, as dificuldades de acesso ao emprego e o surgimento de novos processos de exclusão social, o enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores e de suas penosas conquistas, desafiam o ideal da cidadania ligada ao trabalho e geram toda uma desigualdade social, que se converterá em violência contra todos nós. Somente o trabalho digno é capaz de reverter essa situação.
            Rezemos pelos jovens desempregados de nossa sociedade, a todos que buscam um emprego digno para sobreviver e viver decentemente, podendo assim sonhar com um futuro justo.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens!”
8 ESTAÇÃO – JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM
Uma grande multidão seguia Jesus em sua trajetória de dor. Algumas pessoas estavam ali por curiosidade, outros por compaixão. Algumas mulheres choram, lamentando a condenação de Jesus. Elas manifestam o seu pesar e Jesus as consola.
            Jesus esquece seu sofrimento para acolher as mulheres que lhe seguiam. Muitas mulheres em nossa sociedade buscam consolo na vida por viverem sob constante ameaça de morte. São agredidas pelos seus parceiros, e violentadas sexualmente, por uma sociedade que prega o erotismo e faz da mulher um objeto de prazer e desejo. Acolhe o bom mestre estas, que sofrem contigo no calvário.
            Está comprovado que a maioria dos assassinatos de mulheres tem haver com a questão cultural do machismo, que transforma a mulher em mero objeto sexual do homem. Mesmo assim, em nome de sua família, muitas mulheres toleram essa violência e vão à luta com dignidade. Outras, porém, são obrigadas a se prostituir para sua sobrevivência e também sobrevivência de sua família. Mais uma vez o capital retira algo fundamental no ser humano: sua liberdade sexual, vulgarizando e desmoralizando o amor entre homens e mulheres.
            Acolhe, ó Bom Mestre, todas as mulheres vítimas da violência doméstica, da violência sexual e também as mulheres que vendem o corpo, vítimas do nosso julgamento moral. Elas também sofrem contigo no caminho do calvário.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo, chega de violência e extermínio de jovens!”
9 ESTAÇÃO – JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ
O peso da cruz e o corpo debilitado derrubam Jesus. Ele está no chão, é a terceira queda. O caminho para o calvário está concluído. Jesus não tem mais forças, e é arrastado até o lugar onde será crucificado.
            O bom mestre cai por terra pela terceira vez, derramando seu sangue sobre nosso chão. Hoje, milhares de jovens caem, derramando seu sangue sobre o solo, vítimas dos conflitos de terra. Além da violência física sofrida por esses jovens, existe a violência simbólica marcada pelo preconceito que nossa sociedade encara com relação aos que lutam pela terra.
            Mais uma vez o capital marginaliza as vítimas de um sistema injusto. Para nós, cristãos, é inconcebível que a distribuição de terras produtivas fique nas mãos de poucos latifundiários, que utilizam mão de obra barata e exploram a terra sem nenhum cuidado com a saúde do solo. Urgente se faz a reforma agrária, em que exista limites à propriedade privada e mais pessoas tenham o direito de cultivar o solo.
            Rezemos por todos os jovens e suas famílias que vivem em conflitos de terras, onde lhe são retirado o sagrado direito de produzir, e de possuir um pedaço de chão. Rezemos por todos que sofrem com os conflitos agrários. E pela reforma agrária necessária e indispensável em nosso país.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
10 ESTAÇÃO – JESUS É DESPIDO DE SUAS VESTES
Os soldados arrancam as roupas de Jesus; a túnica, feita de uma peça única, é sorteada. A entrega é total. Ele está nu; nem mesmo roupas Ele possui. Tudo lhe é tirado. Ele nasceu pobre, e pobre morrerá.
            Jesus é humilhado na sua dignidade divina e nos seus direitos humanos ao ser despojado de suas vestes. Quantos jovens, como Jesus, sofrem com perseguições e violência escolar? Quantos jovens sofrem bulling?
            O respeito no ambiente escolar é fundamental para a formação da personalidade de um jovem. Infelizmente, todos os jovens que não se encaixam nos “padrões” exigidos pela sociedade sofrem diversas perseguições por serem diferentes. Como cristãos não podemos aceitar que o diferente seja tratado com desigualdade. A diferença é fundamental para nosso crescimento enquanto seres humanos, mas a desigualdade é a violação dos direitos humanos. Todos merecem ser tratados com respeito e dignidade.
            Rezemos para que a educação aconteça para se criar valores em nossos jovens, impedindo assim que se crie uma sociedade de medo e uma cultura de morte.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”

11 ESTAÇÃO – JESUS É PREGADO NA CRUZ

No calvário, Jesus é preso à cruz. Ele fica suspenso, tendo apenas um suporte para os pés.  A crucificação é castigo reservado para os ladrões e assaltantes, entre outros. Jesus é tido e tratado como um deles.
            Hoje, somos “pregados” pela cultura do consumismo. Vivemos em uma economia de mercado que coloca o aspecto financeiro acima de todos os demais e transforma tudo em mercadoria, que valoriza pessoas pelo seu padrão de consumo, que cria vícios de acúmulo do supérfluo como forma de alguém se sentir importante. Isso ameaça pobres e não pobres sacrifica famílias, deforma valores e torna as pessoas vulneráveis a uma propaganda consumista insaciável.
            Os jovens estão entre as principais vítimas dessa cultura distorcida. A felicidade trazida pelo consumismo é efêmera. Isso faz com que os jovens busquem a felicidade em outros meios como as drogas, o álcool e o sexo desenfreado, sem nenhum cuidado ou respeito ao próximo.  Muitos jovens também buscam essa felicidade passageira e se submetem ao tráfico de drogas, cometem crimes e chegam até mesmo a matar outros seres humanos, outros jovens...
            Como cristãos, está mais do que na hora de mostrarmos ao mundo que a felicidade consiste em amar o próximo, e garantir sua dignidade. Como disse D. Pedro Casaldáliga “queremos viver, à luz do Evangelho, a paixão obsessiva de Jesus, o Reino.”
            Rezemos pelo fim da violência e do extermínio de milhares de jovens de nossa sociedade, pois como tu, Jesus, fostes crucificado, nossos jovens também sentem a dor de serem pregados em cruzes, sem liberdade de sonhar e acreditar na vida. Os mesmos pregos que te seguraram na cruz, prendem os jovens em presídios, tráficos, vícios, acerto de contas e no ódio imposto pelo egoísmo de uma sociedade que esquece de olhar pelos jovens.
“Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
12 ESTAÇÃO – JESUS MORRE NA CRUZ
O corpo de Jesus está no auge do esgotamento. Ele agoniza, mas ainda encontra força para uma oração: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” (Todos se ajoelham por um momento e fazem um minuto de silêncio) A fonte da vida encontrou a morte. Até o fim, Jesus assumiu a natureza humana.
            E tendo dado um grande grito, Jesus expirou. Ele penetra na morte “para que todos tenham vida e a tenham plenamente" queremos carregar o mistério de viver em abundancia, e anunciar o projeto de Jesus cristo de Vida para todos/as.
            Como Jesus, muitos dão sua vida por outros, muitos dão sua vida pelo reino. Queremos fazer memória de todos os nossos mártires, que como Jesus, amaram os seus até o fim. Em um de seus últimos depoimentos, pouco antes de ser assassinado enquanto celebrava uma missa em El Salvador, D. Oscar Romero disse “que meu sangue seja semente de liberdade e sinal que a esperança se torna realidade.” E é pelo testemunho de todos os mártires, principalmente do mártir Jesus, que não podemos jamais esquecer o Reino!
            Rezemos por todos que são perseguidos e mortos em nome da justiça, e se fazem mártires por acreditarem que o reino de Deus é de justiça, paz e Vida.
“Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.
13 ESTAÇÃO – JESUS É DESCIDO DA CRUZ
Um soldado perfurou o coração de Jesus com uma lança; dele saiu sangue e água. Retirado da cruz, o corpo de Jesus é recebido por Maria e por aqueles que o acompanharam até a morte.
            Como Maria que recebe seu filho “morto” em seus braços, queremos lembrar de todas as Mães, que recebem um “corpo” de seus filhos em seus braços. Corrompidas pelas dores, clamam por justiça, mas por suas condições sociais não recebem respostas pelo motivo da morte deles.

            A grande insegurança que sofremos hoje tem tornados milhares de pais e mães órfãos. Seus filhos lhes são tirados de maneira injusta, tal como Jesus foi tirado de Maria. A violência vem destruindo milhares de famílias e exterminando o futuro, com a morte de tantos jovens.

            Precisamos denunciar a morte de milhares de jovens exterminados pelas milícias e pelos grupos de extermínio.

            Rezemos por todas as mães, pais, irmãos e amigos que recebem o corpo de seus filhos, irmãos e amigos sem vida e que seja feita justiça aos culpados por esses crimes.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
14 ESTAÇÃO – JESUS É SEPULTADO
O corpo de Jesus é colocado num túmulo cavado na rocha. Envolto numa peça de linho, ele repousa depois de ser ultrajado e machucado.
            No sepulcro Jesus é colocado, a vida dom sagrado foi corrompida. Nesta estação, queremos lembrar e pedir perdão por todos aqueles que nosso sistema matou e sepultou, os esquecendo por tanto tempo. Pedimos perdão pela morte de tantas crianças e jovens, vítimas da fome; pedimos perdão por tantos analfabetos, que tiveram seu direito ao conhecimento transformado em mercadoria; pedimos perdão pelos que estão excluídos, os que não tem casa, terra ou emprego, pedimos perdão pelos marginalizados. Pedimos perdão por todos os “Cristos” que matamos e sepultamos todos os dias, vítimas da violência de nosso mundo.
            Rezemos por nossas vidas, para que possamos superar a morte e a dor, e sejamos sinal de superação de uma sociedade que prega uma paz de cemitérios, onde a dor alheia nos é indiferente.

“Vamos juntos gritar, girar o mundo: chega de violência e extermínio de jovens!”
15 ESTAÇÃO – JESUS RESSUSCITA DENTRE OS MORTOS
“Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava.” (MT 28, 5-6).
Mantra: “Cantem céus e terra, céus e terra cantem: Cristo Jesus, o Ressuscitado”.
            Somos convidados com Jesus, o Ressuscitado, a anunciar a “vida plena” e a construirmos a civilização do amor. Hoje podemos sonhar, pois Cristo vive, a morte e a dor foram vencidas. Não podemos mais aceitar tanta morte em nosso meio, pois ELE vive. Rezemos para que possamos sempre defender o direito à vida de nossa juventude e rezemos para sermos “páscoa na páscoa” em nome de um projeto muito maior, em nome do Projeto do Reino definitivo.
Canto: Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há. Mas eu bem sei que o meu futuro está nas mãos do meu Jesus, que vivo está.
Rodrigo szymanski
 
PJ - Diocese de Criciuma- SC
 
Twitter: http://twitter.com/rodrigoszy
 
Blog: http://rodrigopjoteiro.blogspot.com/
 
colaboração: http://registroalternativo.blogspot.com/ e http://pjcriciuma.com/
 

A espetacularização da violência juvenil‏

19.04.11 - Brasil
A espetacularização da violência juvenil

Leonardo Venicius Parreira Proto
Bacharel e licenciado em História pela PUC-GO, especialista em adolescência e juventude no mundo contemporâneo pela Faculdade Jesuíta (FAJE-MG), mestrando em História pela UFG e bolsista da CAPES.
 Coordena o curso de História da UEG/UnU-Iporá.





"O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens”. (DEBORD, 1997).
Notícia nos meios de comunicação social sobre a violência juvenil tem sido uma constante. Violências cometidas contra e por adolescentes e jovens pautam o debate midiático nas manchetes mais recentes. Essas informações, muitas vezes somente veiculadas de forma rápida e sem quaisquer problematização acerca dos tais acontecimentos, minimizam e muito nossa capacidade de absorver e posteriormente refletir com a capacidade madura do raciocínio sobre tais eventos.
Uma das perguntas com as quais nós, indivíduos-sociais, deveríamos nos fazer é: por que a violência juvenil tem feito parte das grandes manchetes ou coberturas midiáticas? O que há, nesse fenômeno, que valha a pena sua cobertura nos noticiários de "horários nobres” ou nas reportagens de capas dos jornais de circulação nacional?
Essas indagações nos permitem a pensar a questão da violência juvenil e suas imagens a partir das contribuições de Guy Debord, que escreveu na década de 60 do séc. passado sua obra A sociedade do espetáculo. "O espetáculo, compreendido na sua totalidade, é ao mesmo tempo o resultado e o projeto do modo de produção existente” (DEBORD, 1997). Debord vai trabalhar a idéia de imagem numa dimensão de reflexão da totalidade social, ou seja, como característica do desenvolvimento da própria sociedade capitalista.
Assim, o que vemos na mídia em relação à violência juvenil, como assassinato em massa, chacinas, cenas de torturas, de abuso sexual, de maus-tratos, parecem num primeiro momento serem apenas conseqüências imediatas da ação dos próprios adolescentes e jovens ou de punição dos mesmos por parte de autoridades, sejam elas pais, escolas, corporações militares, instituições de educação a ações infratoras. Porém, o que necessita ser debatido é a própria espetacularização da violência física e psíquica dos sujeitos envolvidos como particularidade de um todo social, pois a violência seja ela em quais níveis forem, expressa uma faceta da dinâmica da sociedade.
É impossível ver a violência da e contra a juventude em si mesma, mas como uma realidade concreta expressa no conjunto das problemáticas sociais, enraizadas numa sociedade classista, produtora dos seus espetáculos. "Ao mesmo tempo, a realidade vivida é materialmente invadida pela contemplação do espetáculo, e retoma em si própria a ordem espetacular dando-lhe uma adesão positiva” (DEBORD, 1997).
A crítica exposta pelas teses de Debord nos auxilia no sentido de ver no conjunto das imagens produzidas socialmente, uma aparência dos fenômenos sociais em suas condições materiais de existência e sua negação na formulação das aparências. Assim, ao vermos as imagens da juventude estampadas nos meios de comunicação social, requer de nossa capacidade crítica perceber que por trás do fenômeno aparente: banalização da violência e a criminalização ou vitimização dos/as adolescentes e jovens.
Os efeitos ou causas da violência juvenil não podem ser elaborados pelos sujeitos sociais simplesmente como conseqüências das mazelas sociais, mas como construto histórico social das determinações sociais, dinamicamente elaborado pela determinação fundamental, o modo-de-produção.
Para Debord (1997), "O espetáculo submete a si os homens vivos, na medida em que a economia já os submeteu totalmente. Ele não é nada mais do que a economia desenvolvendo-se para si própria”. Portanto, as imagens da violência da e contra a juventude só podem mesmo ser explicadas, se a tomarmos como determinações da própria sociedade, pois ao explicar o fenômeno é fundamental relacionar as partes com o todo. Não basta sensibilizarmos diante das imagens da violência juvenil sem nos atermos às formações sociais e históricas das sociedades.
Ao tomarmos a realidade sofrível da juventude como uma imagem em si mesma, sem relação com a totalidade concreta dos acontecimentos históricos, fica evidente uma leitura ideologizada e fragmentária, podendo nós em nossas reflexões romantizar ou culpabilizar a própria juventude por suas ações. Esse reducionismo na análise impede que vejamos as ações de adolescentes e jovens numa relação social e não como produto de atitudes ou visões particulares desse mesmo grupo social.
Portanto, o importante nessa leitura debordiana é olhar para qualquer aspecto da vida da juventude, em especial, para o processo de institucionalização da violência na sociedade como um elemento no qual as práticas de violência não podem ser lidas isoladamente, em si mesmas, mas como aspectos das relações sociais na esfera social.
Referência Bibliográfica
DEBORD, Guy. Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

PJ visita Comitê de Evangelização‏

PJ visita Comitê de Evangelização


Representantes das Pastorais da Juventude (PJ) visitaram o Comitê de Evangelização da União Marista do Brasil (UMBRASIL) na sexta-feira, 15/4, com o intuito de apresentar as ações desenvolvidas com a Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) do Governo Federal. As perspectivas juvenis foram acolhidas e discutidas pelos participantes.
Os jovens participaram de uma reunião com a secretária nacional de juventudes, Severine Macedo, para discutir as expectativas das políticas públicas de juventude no Brasil. Na ocasião, a PJ entregou um Manifesto referente à violência e ao extermínio de jovens no estado de Goiás, pedindo que a SNJ colabore nas investigações e acione a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça na perspectiva de resolução para o caso e punição para os responsáveis.
O Manifesto, composto por mais de 360 assinaturas de lideranças dos mais variados campos da sociedade civil e do poder legislativo, defende a vida e os direitos da juventude e exige “medidas rápidas na perspectiva de proteger os que estão ameaçados, e, o mais importante, a adoção de políticas sérias que coíbam a violência e promovam a formação, a fiscalização e a valorização das carreiras da polícia civil e militar”.

Roteiro de Encontro - Campanha contra a Violência: Violência e o Jovem do Campo

  Violência e o Jovem do Campo

Juventude, terra viva! Da mãe terra: esperança e resistência.

 Em sintonia com o tema da Semana da Cidadania 2011,o roteiro de encontro do mês de abril da Campanha Contra Violência e o Extermínio de Jovens no RS traz como eixo central a Violência e o Jovem do Campo. Trazer esta realidade para a discussão nos grupos do meio urbano e propor o tema a ser discutido nos próprios do meio rural é um passo importante para iniciar as reflexões e ações da Campanha estado a dentro.
Acesse o link http://migre.me/46OEL para baixar o roteiro, trabalhe em seu grupo e depois nos escreva contando como foi a experiência e avaliando como está o material! Envie um e-mail para juventudecontraviolencia@gmail.com ou uma carta para a sede do Comitê Local (Av Cristóvão Colombo, 149 - bairro Floresta - CEP 90560-003 - Porto Alegre - RS)

Aguardamos contatos!



FONTE: Blog da Campanha no RS: http://www.juventudecontraviolencia.blogspot.com/



Pastorais da Juventude se reúnem com Secretária Nacional de Juventude

 






Pastorais da Juventude se reúnem com Secretária Nacional de Juventude

 

Com o objetivo de discutir as perspectivas das políticas públicas de juventude no Brasil, representantes das Pastorais da Juventude se reuniram, no último dia 15, em Brasília, com a nova Secretária Nacional de Juventude do Governo Federal, a jovem Severine Macedo.
Na reunião, estiveram presentes militantes da Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Pastoral da Juventude Estudantil e Pastoral da Juventude Rural discutindo os temas centrais da política pública de juventude e apresentando uma plataforma para o trabalho da Secretaria e do Conselho Nacional de Juventude.
Segundo os participantes do encontro a reunião foi um primeiro contato com a Secretaria e representa mais um esforço de acompanhar o debate sobre políticas públicas de juventude no Brasil. “Ficamos felizes pela posse da companheira Severine, ex-militante da Pastoral da Juventude, como Secretária nacional. Sem dúvida, esta reunião inaugura um novo período no debate das PJs com o governo federal”, afirmou Eric Moura, membro da coordenação nacional da Pastoral da Juventude do Meio Popular.
Além da apresentação, da estrutura e dos objetivos da Secretaria Nacional de Juventude, nesta nova gestão, Severine ressaltou a importância das Pastorais da Juventude como espaço de formação, de tomada de consciência política, destacando a participação da PJ no Conselho Nacional de Juventude e a Campanha Nacional contra a Violência o Extermínio de Jovens, desenvolvida pelas PJs desde 2009. “As Pastorais da Juventude têm muito a colaborar neste campo das políticas públicas de juventude, por isso, estamos convidando-as para dialogar e trocar experiências”, afirmou a Secretária.


Na reunião, as Pastorais da Juventude entregaram um Manifesto referente à violência e ao extermínio de jovens no estado de Goiás pedindo que a SNJ colabore nas investigações e acione a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça na perspectiva de resolução para o caso e punição para os responsáveis.
O Manifesto, composto por mais de 360 assinaturas de lideranças dos mais variados campos da sociedade civil e do poder legislativo, defende a vida e os direitos da juventude e exige uma rápida ação para o caso com “medidas rápidas na perspectiva de proteger os que estão ameaçados, e, o mais importante, a adoção de políticas sérias que coíbam a violência e promovam a formação, a fiscalização e a valorização das carreiras da polícia civil e militar.” afirma o manifesto.

Clique aqui e conheça o Manifesto na íntegra.

 Assine aqui o abaixo assinado em apoio ao Manifesto.